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Escola Nova União da Arte, União de Vila Nova / SP

Nós oferecemos apoio a organizações comunitárias que buscam uma abordagem pedagógica independente e sustentabilidade econômica. Nosso objetivo é promover e apoiar a educação no país por meio de arquitetura e iniciativas culturais, esportivas, atividades de lazer, as artes e educação ambiental.

ARQUITETURA PARA DESENVOLVIMENTO

 

O intenso crescimento das cidades brasileiras na década de 60,70 principalmente a cidade de São Paulo, que enfrentou sua transformação de uma cidade agrária ao maior centro industrial do país em muito pouco tempo, e como consequência desse “boom” demográfico, trouxe um passivo nas questões referentes ao planejamento urbano, não respondendo as demandas existentes da cidade. Essa realidade é agravada pela situação socioeconômica crônica de desemprego, tornando regiões ainda mais vulneráveis, desestruturação familiar, violência doméstica, gravidez precoce, uso de drogas, aumento da mortalidade infantil, problemas crônicos de saúde etc.

A campanha para construção e ampliação de três espaços em bairros menos assistidos tem como intuito proporcionar um ambiente favorável ao desenvolvimento dessas populações locais, situadas na comunidade do pantanal, União de vila nova (São Miguel Paulista, zona leste) – Comunidade do Morumbizinho (São Mateus, zona leste) – Comunidade do Savoyzinho (Itaquera, zona leste)

Porque, e como isso funciona? Instituições sem fins lucrativos, associações de bairros e órgãos que trabalham com demandas locais voltadas ao apoio às mulheres, à criança, ao jovem e ao idoso – dando suporte nos setores da saúde e educação – dependem de incentivos de empresas ou de políticas públicas - existem projetos conveniados com o SMADS (secretaria municipal de assistência e desenvolvimento social) como é o caso do CCA (centro da criança e do adolescente); a UBS (unidade básica de saúde) faz um apoio as necessidades básicas em relação a saúde, o FUMCAD (fundo municipal da criança e do adolescente) que recebe doações através do sistema de imposto de renda e repassa doações, o CMDCA (conselho municipal dos direitos da criança e do adolescente) órgão que controla políticas públicas voltadas para a criança e adolescente. Existe também editais públicos e privados que movimentam o terceiro setor com projetos voltados a educação, cultura, esporte etc.

Diante dessa lógica, existem meios para que essas instituições criem seus mundos favoráveis. Qualquer projeto voltado ao apoio social, sendo de caráter público ou privado, exigem espaços adequados, e as vezes projetos não são aprovados na falta de adequação. Uma cozinha precisa ser ventilada com equipamentos e revestimentos adequados, a ausência de banheiros para as crianças e deficientes, salas mal ventiladas ou ausência de acessibilidade são itens que cancelam aprovações de recursos. Ao mesmo tempo, não temos no Brasil incentivo social privado ou política pública voltada para a construção civil, justamente para conceber essas arquiteturas; e as instituições de base não têm suporte econômico para contratar um profissional e muito menos aportar uma construção independente.  

O nosso objetivo é adequar essas arquiteturas para o desenvolvimento, para que possam operar com dignidade suas atividades, cursos, conversas, reuniões e qualquer outra forma de evento que gere retorno econômico e impulso social. Cada uma dessas pequenas instituições-escolas, já atuam com sua agenda de atividades. Assim, com a ampliação dos espaços podemos aumentar exponencialmente a possibilidade de desenvolvimento e atingir um número ainda maior de mulheres, adultos, jovens e crianças – promovendo o básico na saúde, educação e bem-estar social. Cada uma dessas comunidades que estamos apoiando têm uma coisa em comum: são fortes, independentes, criativas, inteligentes e estruturadas de tal maneira que cada uma tem a sua peculiaridade. Como resposta a isso, essas arquiteturas foram pensadas específicas para cada comunidade, adequadas às suas agendas, suas políticas, e dentro das possibilidades de desenvolvimento de cada uma.

No instituto NUA estamos adequando uma área pública embaixo de um viaduto, um espaço aberto e livre que será composto de uma biblioteca pública, um teatro ao ar livre, uma quadra poliesportiva, horta e mobiliários que serão usados para as aulas e como expositores para feiras ao ar livre. Essa área está ao lado, colada no instituto nova união da arte e será usado como uma extensão da escola, que vem desenvolvendo um projeto pedagógico ao longo dos anos, onde tem como intuito expandir os conceitos de “Ensinança Popular”, aumentar a capacidade e o número de alunos e continuando com a formação de jovens profissionais nas áreas de gastronomia, saúde, esporte, educação e geração de renda.

Na Associação Fenix do Morumbizinho estamos construindo ao lado da atual associação de moradores do bairro. Elaboramos salas equipadas com computadores, outras duas salas para educadores e apoio exclusivo à mulher, uma cozinha comunitária e a ampliação de uma área pública aberta. Nesses últimos anos viemos trabalhando com a possibilidade de desenvolver pequenas empresas de negócio-social. Ou seja, a cozinha comunitária vai operar como uma pequena empresa de marmitex, um produto muito vendido na periferia e pretendemos usar o recurso arrecadado para apoiar financeiramente as cozinheiras e oferecer alimento gratuito à população; como por exemplo o sopão solidário, um projeto que já acontece. Com os computadores vamos criar salas de games (lan-house); outro serviço muito procurado na periferia que oferece serviços de xerox, games, impressão e internet. Assim o projeto Fenix pode gerar renda e dar apoio à comunidade, às crianças e aos jovens e educadores locais. As lideranças da Associação têm parceiros fortes como a Sabesp, a Subprefeitura, a UBS e parceiros privados.

Na comunidade do Savoyzinho estamos no processo de construir o primeiro espaço para os associados da comunidade, denominado de Associação Flores do Carmo. Formado por um grupo de mulheres que juntas fazem parte do apoio de uma parcela dos moradores; a comunidade é dividia em quatro parcelas, ou seja, quatro grupos de lideranças e que juntos se encontram para estabelecer as prioridades do lugar. Essa arquitetura tem como intuito apoiar a organização enquanto sociedade local; um lugar para encontros, para conversar sobre temas relevantes para buscar meios de trazer para dentro do bairro infraestrutura de água, esgoto e apoio educacional. Essa arquitetura pretende ser uma praça com árvores ao redor, bancos, espaços para as crianças brincarem e uma arquitetura leve que comtemple uma cozinha e um espaço para estoque de alimentos, uma pequena sala para que a UBS (unidade básica de saúde) possa fazer atendimentos pontuais; e um espaço multiuso – ongs e apoiadores farão as atividades com a criança e com o adolescente - Como por exemplo é o caso do projeto ARÁ, que vem trabalhando nesse bairro há três anos.

As grandes batalhas ao longo da história que durante tempos e ainda são questões territoriais, pela busca de transformações no sentido do fortalecimento econômico, posicionamento político e poder, talvez hoje, as grandes travessias também estejam do outro lado da esquina, as conquistas estão mais próximas do que imaginamos. Está na educação das pessoas e na compreensão do seu lugar enquanto civil na sociedade, são as noções cívicas e de responsabilidade social que giram em torno de uma simples e das mais complexas questões: quem sou eu? e o que posso fazer aqui? Passando por conceitos de que nós trabalhamos para o outro, para o coletivo. A injustiça social tem se desenvolvido de forma exponencial e é nosso papel cívico proteger a vida de todos.

 

A cidade, enquanto território construído, já é a nossa natureza, e a nossa responsabilidade como cidadãos. Diante disso, sobre a análise em ótica, o projeto viabiliza e estuda um processo de arquitetura como tecnologia para transferência de poderes, de conhecimento e de valor econômico. A arquitetura e a urbanização das coisas é catarse humana e construção do espaço para criar a possibilidade desse desenvolvimento, inclusão social e equidade. Nesse caso específico, é uma oportunidade de via de mão dupla onde todos aprendem, não existe melhor; existe falta de oportunidade. 

Travessa / Estúdio Cruz

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